Questão de nome

Uma amiga fez uma observação simples, mas que me fez pensar. Ela me comentou que estranhava muito ter uma Associação Católica, no caso uma Prelazia, que ostentasse o nome de Opus Dei ou Obra de Deus. Segundo ela, era um nome muitíssimo pretensioso e de certo modo agressivo. Se o OD é Obra de Deus o que serão os Jesuítas, os Beneditinos, os Carismáticos e a própria Igreja. Parece, no caso, que a parte é maior que o todo (mais um paradoxo do OD?).

O assunto dos nomes acaba sendo interessante. É sabido que a Obra abomina o nome de santos ou nomes ligados à religião em escolas e em qualquer outro tipo de agremiação ou entidade. O motivo é simplesmente evitar situações constrangedoras, tais como a associação de uma escola de baixa qualidade com o santo patrono, ou a vinculação de problemas judiciais com o santo ou nome religioso da entidade investigada ou condenada.

Também deveria ser constrangedor ter uma entidade, Prelazia, chamada Opus Dei que tem um modus operandi tão discutível. Basta ler o site opuslivre, o opuslibros, a ODAN, os livros e noticias que surgem a toda hora e em diversas partes do Mundo.

Que Obra de Deus é essa que coage para que se entre, coage para que não se saia, que aceita como numerários(as) crianças com 14 anos e meio sem o consentimento dos seus pais, que pede o aniquilamento do eu em função do fim coorporativo, que faz numerárias dormirem sobre tabuas de madeira, que dificulta o contato dos numerários com sua famílias, que vigia e controla os seus membros, que viola o sacramento da confissão obrigando que se diga tudo ao sacerdote ou ao diretor antes de se confessar, que faz os numerários(as) viverem como monges disfarçados de leigos, que usa o expediente de segredos e meias-verdades, que manipula processos de canônicos, que não se importa com a saúde espiritual dos seus ex-membros, que ordena pessoas sem vocação ao sacerdócio, já que um rapaz com vocação sacerdotal ou ex-seminarista não pode ser numerário, e que é mercantilista, dentre muitos outros qualificativos que seguramente não são Obra de Deus?

Que paradoxo! Que soberba e arrogância coorporativa se apropriar do qualificativo de Obra de Deus!

Rúbio D.