Perguntas para seu diretor espiritual antes de entrar para a Obra como numerário

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Para concretizar ainda mais, focalizaremos de início os numerários da seção masculina da Obra, que formam sua base estrutural.

O público alvo desta página são os freqüentadores dos Centros (casas) do Opus Dei, sobretudo aqueles que possam vir a cogitar sua possível vocação para a Obra.

Pretende-se simplesmente dar acesso à informação completa e concreta, convidando-os a verificar as perguntas aqui apresentadas com os próprios sacerdotes e membros da Obra com quem se relacionam. Afinal, perguntar não ofende e aqui só se apresentam perguntas.

Os organizadores deste site mantêm contatos amistosos com alguns membros e sacerdotes do Opus Dei mais abertos ao diálogo e, não pedem aos leitores que acreditem sem mais na informação aqui veiculada, mas que procurem confirmá-las com seu diretor espiritual da Obra.

Naturalmente, quando um membro da Obra fala sobre o Opus Dei, tende sempre a apresentar uma "versão oficial", pasteurizada, e, por isso, alerta-se, em cada caso, para possíveis restrições mentais contidas na resposta típica a cada uma das perguntas.

Restrição mental é aquele processo pelo qual se diz uma frase que em si é falsa, mas que é verdadeira num sentido oculto na mente de quem a diz: "Sim, já visitei Paris várias vezes (pela Internet)". Como a moral católica, admite em certos casos a restrição mental é preciso estar atentos para este fato quando se interpela algum membro do Opus Dei sobre a Obra. Sobretudo porque palavras como "liberdade", "caridade", "amor" etc. são palavras que se prestam a múltiplas interpretações, por vezes opostas na mente de quem fala e de quem ouve.

Um exemplo: para quem vive a realidade do Opus Dei no Brasil há duas características notórias entre os membros numerários: um alto índice de evasão da Obra e um alto índice de pessoas com distúrbios mentais. Altos índices se comparados com seus congêneres em outros lugares do mundo. Em bases reais e concretas: uma pesquisa informal entre membros da Obra bem informados aponta uma forte unanimidade: 5 numerários que acabam por sair da Obra para cada um que fica.

Na verdade, ninguém sabe o número exato, mas diversos numerários da Obra, quando perguntados por um outro numerário (que nos relatou este dado) coincidem nesta estimativa: 5 para 1.

No entanto, se esses mesmos membros da Obra forem perguntados sobre essa mesma questão por alguém "de fora", a resposta provavelmente será outra: "Não sei", "Poucos", "Muito poucos". Esta resposta, a rigor, não será uma mentira: ele realmente não sabe qual a proporção exata dos que não perseveram e quando diz "poucos" pode estar fazendo a restrição mental (interpretação) de considerar somente os membros que estivessem plenamente incorporados; ou então a de que os que se foram embora na realidade nunca foram da Obra (o que reduziria o número a zero...) ou ainda que ele tem todo o direito de considerar 5/1 "poucos", "muito poucos" (afinal há concursos por aí em que há 300 candidatos por vaga) etc.

Por isso, certas perguntas apresentam uns negritos, prevenindo possíveis restrições mentais. Assim, em vez de perguntar ao seu diretor espiritual:


Pe. X.: Qual é a proporção de membros numerários que deixam a Obra em relação aos que ficam?

melhor é perguntar:

Pe. X.: Sei que o senhor não dispõe do número exato, mas na sua estimativa: qual é a proporção de pessoas que pediram a admissão como numerários no Opus Dei do Brasil e que acabaram saindo da Obra?

O mesmo pode dizer-se dos distúrbios mentais. Doença mental é um conceito que se presta facilmente a restrições mentais. Por exemplo, o presidente Lula, ao regulamentar o Programa Nacional de Saúde Mental, em fins de maio de 2003, declarou que: "de louco todo mundo tem um pouco". Assim, em vez de perguntar:


Pe. X.: Há muitos casos de distúrbios mentais entre os numerários?

Pergunte:

Pe. X.: O senhor se surpreenderia se eu lhe dissesse que cerca de 15% dos numerários do Brasil apresentam limitações para o exercício de seu trabalho por conta de problemas psíquicos? É verdade que em alguns centros essa cifra chega a 30% ou 40%?

Falávamos das peculiaridades do Opus Dei no Brasil. Embora a ação da Obra no Brasil seja praticamente tão antiga quanto nos demais países da América Latina (a Obra iniciou seu trabalho no Brasil em 1957) o Brasil é o único país no qual:

  • Não há nenhum colégio com direção espiritual a cargo do Opus Dei. (Na Argentina há mais de 50)
  • Não há nenhuma universidade com direção espiritual a cargo do Opus Dei, como as há até em países como o Uruguai, Peru, Colômbia etc.
  • O Opus Dei tem insignificante expressão acadêmica. Enquanto em outros países onde a Obra está há mais de 40 anos há diversos intelectuais e catedráticos da Obra, no Brasil praticamente não os há. As pouquíssimas exceções são casos bastante atípicos. Mesmo em São Paulo, a cidade em que a Obra trabalha há mais tempo no Brasil, o Opus Dei não conseguiu produzir quase nenhum acadêmico de projeção intelectual.
  • A interface com outras instituições da Igreja é praticamente nula. Perguntas elementares sobre, digamos, a Renovação Carismática ou as diversas Pastorais e Movimentos, revelam a ignorância dos membros da Obra sobre essas realidades.

Ao se perguntar sobre como são tratados os membros que deixam a Obra (os tais presumíveis 5 para 1), recebe-se a "resposta oficial": "são acompanhados com muita caridade". Aqui deixamos a palavra aos próprios ex-numerários para que dêem seus depoimentos.