O ambiente desagradável num centro de numerários

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Morei relativamente pouco tempo e em apenas num centro de São Gabriel... (onde moram numerários com mais idade, voltados para a formação de supernumerários).

Recordo-me, porém, que fiquei chocado quando passei a viver nesse centro. Admito que, quando fui mandado este centro, eu já estava em "fase final" da vocação e, pelas minhas condições pessoais de "crise", tudo o que era da obra já não fazia mais sentido e me causava certo desagrado. Falo isso porque procuro ser objetivo e, na medida do possível, retirar a impressão meramente subjetiva de alguém que não "curtia" o ambiente em que vivia.

De fato, mesmo relevando a minha subjetividade, o ”ambiente de família” era insuportável. Deparei-me com muitos "solteirões", cheios de manias e com um orgulho fora do comum. Nas tertúlias, pequenas "quedas-de-braço" para ver quem levava a melhor em discussões sem transcendência... vaidades feridas... bajulação velada ao diretor... carentes de "mimos" e afagos no ego... Total desprezo com relação às outras pessoas que não pensavam como eles... fossem estas ou não da obra, fosse ou não em questões opináveis... Sem falar nos supernumerários que muitas vezes eram tratados, entre os numerários, como pessoal de segundo - ou terceiro - escalão, que não entendia nada, etc.

Faziam isso por se auto-afirmar? Não sei... E mais nítida, ainda, foi a sensação de que esses caras fazem as coisas "boas" por puro orgulho, não por virtude... e isso provoca, dentre outras coisas, os "caxias", os caras que fazem as coisas sem se importar se eles se arrebentam por dentro ou se arrebentam também a alma de outras pessoas... e depois ainda se orgulham por serem "os bons"... algumas vezes, o afeto é "meloso", externo, artificial... não é verdadeiro afeto... parece ser mais um disfarce do orgulho para ele se contentar... "veja como amo meu irmão"... quando, depois no dia-a-dia, a prática se mostra outra...

Com relação à falta de caridade, indignei-me várias vezes com o que vi e falava disso ao diretor. Um exemplo: havia um numerário bem "desligado", no mundo da lua, mas com cultura, senso de humor e inteligência bem superior... o coitado desse numerário era literalmente "massacrado" em absolutamente TODAS as tertúlias, com piadas, ironias, diretas e indiretas, e até verdadeiras broncas, por quase todos os numerários... como se fosse o saco-de-pancadas oficial da casa... falta de caridade, muito nua e dura. Quando falei sobre isso com o diretor, respondeu-me que, nos centros de "mais velhos", as pessoas se tratam com mais objetividade etc., e que deve-se ter maturidade suficiente para agüentar isso numa boa... que todos já conhecem os defeitos de cada um e não se esconde tanto o que se pensa etc...

Pergunto: nos outros centros de São Gabriel repete-se a mesma coisa? Ou era eu que estava muito "suscetível" a esse tipo de coisa?