Antes que te convidem para ser do Opus Dei, informar-te

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Estampa, 14.11.2012


1-A pessoa que entra para a obra, não escolhe ser da Obra, ela é escolhida pela Obra. Os motivos podem ter vários nomes, vocação, chamada de Deus entre outros, mas o fato é que ela foi escolhida por pessoas dentro da Obra. Quando decide ser da obra, “livremente”, a pessoa não sabe realmente com o que se está a comprometer. Este tipo de ignorância nada tem a ver com os obstáculos e dificuldades que qualquer compromisso acarreta. Esta ignorância tem a ver com o desconhecimento da finalidade e dos meios opressivos e desumanos utilizados pela Obra.

2-A vida de alguns membros na Obra começa com 14 anos e meio, isto tem muito que se diga, muitas vezes sem os próprios pais se darem conta, ainda que formalmente só aos 18 a obra diz que são da obra, mas entre esses anos é apaparicado para nunca desistir do seu caminho Divino. Só visto não se explica. Aos poucos a pessoa vai se moldando á Obra até, em palavras do seu fundador, ter somente o fim corporativo. É neste moldar-se, ou anular-se, que a violência moral e espiritual se processa. Toda e qualquer espontaneidade é suprimida e substituída gradativamente pelo dever de servir a Obra. O tipo de coação que consiste em fazer com que uma pessoa faça “livremente” e com “alegria”, mesmo não querendo, chorando, amargurada e aflita, o que lhe é ordenado, logicamente em nome de Deus, pelos directores, é uma sofisticada e brutal forma de coação, quase diria contra a dignidade humana. É uma coação, digamos limpa e sem marcas, na qual não é necessária a força ou a tortura física...

3-O Opus Dei é a máquina perfeita na qual tudo é calculado e executado “livremente”, com inteligência e minuciosamente, pelos directores da obra e as vezes também pelos supernumerários e agregados. Um simples convite pelo telefone, que alguém recebe de um membro para ir a um retiro, a uma meditação por exemplo, foi algo pensado e dirigido pelos directores.

4- Clubes(Moinho , Farol E Montefuste, em Viseu, Darca, Álamos, Laranjeiras, Clube das Areias ,xénon, Residências de estudantes Montes claros em Lisboa entre outros, Residência a Rotunda , Clube Rampa , Clube Veja , Enxomil no Porto, clube Arcos, Penha, Prisma e Residência A Beira em Coimbra, Clube Onix, Clube campo novo em Braga, entre outros pelo país, com imensas actividade interessantes desde dança, culinária, teatro, cine fóruns até aos desportos radicais atraem jovens desde os 7 anos, mas o fim não são fomentar estas actividades nos jovens, mas sim outra a formação destes jovens que se traduz em levá-los depois a confissão, a falar com a directora do centro e fazê-los ver que tem uma chamada divina, e é tão bem feito o recrutamento, que pensas que és tu que estás a pedir para ser da obra e não vês que já te fizeram a cabeça e quase te fazem escrever a carta ao padre(chamada carta de admissão a obra escrita ao prelado da obra numa folha A4).

5- Imagina a tua mente a ser monitorizada 24 horas por dia. No opus dei estás num lugar onde não é permitido ver televisão sem ser o telejornal (ou se quer ver algo mais, algum programa, tem de consultar a directora) não pode ir ao cinema, teatro, ou espectáculos públicos. Até o jornal que lê tem de ser seleccionado pela directora, diário de notícias ou outro que ache que não seja inconveniente, assim como as revistas, etc.

6- Ninguém pode ter amigos do lado de fora a não ser para fazer proselitismo ou apostolado, pois esta proibida falar de intimidades com as amigas, muito menos ao sexo oposto que só se fala por razoes profissionais se for necessário.

7- O contacto com a família é restrito para os membros numerários e numerárias auxiliares, sempre com autorização da directora do centro, que decide ou não se deve a pessoa ir ou não ver a família.

8-Pelo menos duas horas por dia, tem os membros que não se casam e vivem o celibato (agregadas e numerarias e numerarias auxiliares) devem amarrar um cilício na coxa – espécie de trela de cão com pontas metálicas que machucam a pele. Quanto maior for o seu desconforto, melhor: isso significa que está a exercer mais controle sobre os seus instintos. Se doer muito, pode-se trocar de coxa na próxima vez. Tem de doer, deixar marcas. Caso contrário, não “faz efeito”, á castidade, nem que venham mais vocações a Opus Dei.

9-O Opus Dei tem uma doutrina que nós, faz sentir muito culpados e culpa é sempre da nossa parte e nunca da instituição, ao mesmo tempo, oferece-nos os paliativos expiatórios... e penso que é aí onde entram em jogo as mortificações corporais: válvulas de escape pela qual "pagamos o preço" da nossa culpa. Quanto mais culpada me considerava, mais fortes e demoradas era o meu uso das disciplinas; mais apertados os cilícios; mais sacrifícios e actos de contrição. Como me sentia bem depois de umas boas chicotadas: lavava a alma, deixava-me mais leve. Tenho personalidade masoquista? Não sei, mas que me sentia melhor, disso não tenho dúvidas... Quando saí da Obra, deixei as disciplinas e o cilício... e curioso que a agora não sinto culpa de não as usar mas um grande alívio, desde que me desprendi delas para o lixo.

10-Uma vez por semana, terá também de golpear as nádegas com um chicote a que se dá o nome de disciplinas enquanto se reza uma oração, ao sábado também não pode lanchar para oferecer esse sacrifício a Virgem, além de todos os membros terem uma lista de pequenas mortificações vistas com a pessoa que te orienta espiritualmente, como pode ser não beber água quando tem sede, não dobrar as pernas, etc.

11- As numerárias dormem numa tábua e não numa cama até aos 40 anos, a menos que sejam doentes, e de todo não possam, para domar o corpo, e há um dia de guarda em que se dorme no chão e sem almofada, pela perseverança das pessoas da obra no Opus Dei. Também se aconselha o duche de água fria todos os dias, verão ou inverno.

12-Se pensas que isto é duro pensa que tens de fazer todas as semanas uma conversa, chamada conversa fraterna, com uma pessoa designada pela direcção do centro do opus dei a que pertences. E terás que passar pelo que é chamado de “sinceridade selvagem”, contar a essa pessoa uma vez por semana cada pensamento que passa pela tua cabeça, principalmente aqueles segredos mais íntimos, sobre os quais não se comenta nem as vezes aos nossos botões. Se não revelar tudo, mas tudo mesmo, dizem-te que estas a manter um “segredo com o demónio”. E depois tens de obedecer aos conselhos que te dão nessa conversa chamada fraterna se queres ser santa.

13-A confissão semanal sempre com um sacerdote do opus dei, porque todos os outros sacerdotes são maus guias para os membros da obra.

14-Cada centro tem um conselho local, dirigido por 3 membros, directora, subdirectora, e secretaria, que se reúnem para falar dos progressos espirituais dos membros, e ver que metas proselitistas e apostólicas se vão propor ao centro, além de se escreverem as informações que acharem pertinentes, para a assessoria (delegação para caso dos homens), directoras centrais em Lisboa. O Opus Dei manipula os seus membros, com esta conversa fraterna semanal, devassando a sua intimidade e fazendo uso abusivo das suas confidências de natureza espiritual. Tais dados, além de circularem verbalmente, são objecto de informações aos outros directores sendo uma direcção espiritual invasiva, indiscreta, obrigatória e excessiva, exercida sobre os membros.

15- Outro modo da vida e da praxis da instituição é que está plasmada nos chamados 'documentos internos’, que só estão nos centros da obra (fechados a chave) e não são conhecidos pelo resto da igreja, e são os que são mais aconselhados aos membros para lerem quando vão ao centro, para imprimir o carácter e o espírito da obra nas suas vidas. Há uma enorme tipografia e gráfica, destes livros internos em Roma. A volta destes escritos esta uma excessiva “adoração” ao fundador a quem se chama Nosso Padre e ao prelado se chama padre (pai em espanhol, que é a língua oficial da obra), tudo o que ele disse é para viver e para sempre, e nunca questionar, e o mesmo para quem o representa o prelado.

16-Também há uma procura exagerada de fazer santos do opus dei em processo de beatificação estão para ai 8 ou mais casos de membros com processos de beatificação em aberto. Para que se veja que o opus dei faz santos, e através de muito dinheiro, pelo que implica a rapidez dos processos.

17-Quem defende esta instituição religiosa das acusações de ultraconservadora garante que não há nada de errado com suas tradições, muito menos de secreto ou misterioso nas acções dos seus membros. Pois é uma entidade da Igreja católica cuja única finalidade é procurar o ideal da vida e de serviço cristão no meio do mundo, mediante a santificação do trabalho profissional, da família e dos deveres quotidianos, mas estar em que mundo? Se a toda hora só deves pensar nas vocações, e encontrar jovens para irem pelos clubes para que com actividades várias desde a dança a pintura, te levem depois ao confessionário, as conversas com as directoras com vista a ver se pedem a admissão a obra, e se estas almas não derem nada, ir a outras, porque não há tempo para perder no opus dei com pessoas que não dão esperanças de vocação. Há miúdas de 15 anos já a decidir para serem numerárias, agregadas, sem saberem o que isso leva consigo.

18- Porque o que se prática no opus dei é a formação em plano inclinado, só se vai sabendo aos poucos o espírito do opus dei. Ninguém ao entrar sabe que há uns estatutos, que nunca li a não ser alguns pontos que em cursos as directoras nos liam, nem ninguém sabe ao entrar que a obra tem um catecismo próprio, e que há indicações para tudo a cerca da vida dos membros, os chamados vademecums, que só estão para acesso de alguns membros directores. Esta determinada até como ir as compras: sempre com outra pessoa do opus dei, ir ao medico sempre acompanhado e de preferência que o médico seja da obra, só mesmo se não existir outro na área, até a poucos anos as mulheres só usavam saias.

19-Ninguém sabe que não pode ir a espectáculos ou que como a Igreja suprimiu o seu Index ela criou o seu próprio. O Index consiste de uma relação dos livros proibidos e que, portanto os seus membros não podem ler. No Index estão romances, contos, livros sobre filosofia, religião, vida espiritual, enfim, tudo que pela obra é considerado perigoso, e o mesmo de filmes que não se podem ver em casa claro, que ao cinema já não iras nunca.

20-Também ninguém ao entrar sabe que a Obra impõe um “plano de vida” aos seus membros que são obrigados, diariamente, a meia hora de oração mental, de manhã e à tarde, assistência à missa todos os dias, visita ao Santíssimo Sacramento (sacrário sobre o altar onde se guardam as hóstias consagradas), 15 minutos de leitura com livros de espiritualidade recomendados pelas directoras, não escolhidas pelos membros, e dentro dos permitidos pela opus dei, recitação do rosário (três terços) meditados, o Angelus (oração mariana ao meio dia), diversas jaculatórias (orações curtas de uma frase ou duas) que se devem dizer o máximo ao dia e a toda a hora, recomenda-se contabilizar quantas se disse e depois falar na dita conversa fraterna, exame de consciência ao meio do dia e um mais prolongado à noite, rezar as preces da Obra (oração própria dos membros da obra), rezar continuamente pelo proselitismo. Nunca esquecer rezar pelo prelado e oferecer mortificações por ele, assim como pelo Papa É ainda obrigatório, um retiro espiritual todos os anos de 5 dias para numerárias e agregadas, com a duração de três para supranumerárias e raparigas e mulheres já bem encaixadas e que possam vir a pedir a admissão a obra (que na obra se diz apitar). Um circulo, uma meditação com o sacerdote, uma vez por semana, um dia de retiro no centro cada mês, 3 a 4 semanas de um convívio de estudo de teologia opusiana, claro!

21-Outra norma é a “correcção fraterna”, que não passa de uma punição ou acto de contrição exigidos pelo director espiritual e que é um dos métodos de controlo das consciências no interior da Obra. Qualquer membro é obrigado a fazer e a receber a correcção fraterna, as vezes coisas insignificantes, outras menos, e quem recebe a dita correcção fraterna tem de calar, sorrir e agradecer (nunca defender-se) e falar na próxima conversa fraterna para saber como se emendar, para a fazer cada membro vai ter com a directora a expor o que vai corrigir e ela dará o consentimento ou não. Pede-se que se façam muitas correcções fraternas porque isso é sinal de carinho, corrigir até se o decote é grande, ou se disse um palavrão, tudo é possível de corrigir, quando pelo centro te dizem, tenho algo para te dizer em particular, já sabes levas uma correcção fraterna, agradeces, e calas.

22-Cumprimentam-se com uma frase pax ao que o outro membro responde in aeternum , desde que não existam pessoas que não sejam da obra por perto. 23-Todas as semanas, em dia e hora fixo, os membros da obra vivam ou não num centro do opus dei (vivem nos centros apenas numerarios/as e numerarias auxiliares) reúnem-se para uma atividade, um meio de formação importante, que é o Círculo Breve (no caso dos supernumerários, chama-se Círculo de Estudos, mas é estruturalmente idêntico).

O Círculo tem dia e hora fixado na semana e dura cerca de 1 hora e segue o roteiro:

  1. Orações iniciais
  2. Leitura e Comentário do Evangelho da missa do dia (cerca de 10 minutos)
  3. Leitura do Plano de vida
  4. Comentário sobre alguma norma ou costume do “plano de vida” (cerca de 15 minutos)
  5. Exame de consciência (cerca de 5 minutos)
  6. Confiteor
  7. Emendatio(acuso de uma falta, de joelhos em frente das que assistem ao circulo, pedindo perdao e penitencia), a que a pessoa que da o circulo , indica a penitencia a cumprir, sempre uma oraçao pelo prelado, pelo proseletismo, etc.
  8. Palestra sobre algum tema da espirtualidade da Obra (cerca de 15 minutos)
  9. Avisos das diretoras para o centro e breve tertúlia contando conquistas de apostolado.
  10. Preces da Obra (cerca de 4 minutos)

O cenário é uma sala do centro. A diretora (ou outro membro que a diretora pede para dar o círculo) ocupa a cabeceira da mesa, rodeado pelos membros que estão divididos por grupos. Os assistentes ficam em absoluto silêncio, nunca podem perguntar nada durante o círculo (e discutir, nem pensar: nunca, em nenhuma atividade interna do Opus),como muito se houver alguma duvida esperar que a diretora te possa ouvir e tirar aquela duvida mas a sós e nunca pondo em causa,o espirito da obra. Nada do que se ouve se pode contestar, é obedecer, aceitar a vontade dos directores, como vindos de Deus através do prelado e directoras. Se tiveres de falar é com a directora ou com o sacerdote do opus claro, jamais pedir opinião fora.

24-Proibido falar do que se passa num centro a pessoas que não seja a própria directora ou sacerdote da obra, nem da vida pessoal no opus, a ninguém, nem a família, pois é deixar mal a obra de Deus para quem não entende o espírito da obra, e uma falta de unidade grave.

25-Jovens com pouco mais de 14 anos e oriundos de famílias com bens são a base de recrutamento. São educados para se tornarem santos e difundir “a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para o encontro com Deus, o serviço aos outros e o melhoramento da sociedade, sem saberem o que vem a seguir. Outros entram mais tarde mas com as mesmas estratégias de tudo fazer para que se escreva a carta de admissão a obra, é a chamada na obra a santa coação(palavras do próprio Fundador).

26-Visitas a pobres, a que não interessa o pobre, porque o Fundador dizia que eram visitas para as meninas e meninos ficaram sensibilizados, mas o que interessa ao opus dei não são os pobre, isso já havia muitos na igreja a fazerem, a que apanhar os intelectuais e ir para a politica, finanças, universidades, etc., cristianizar o mundo. Só que o poder sobe e descristianiza-se os bolsos de não sei bem quem no opus dei. Se um paraplégico frequentar um centro da Obra com regularidade será para aparentar que não há descriminação, ou porque ele pode ser útil de algum por exemplo, ser a família for rica pode contribuir financeiramente.

27- Depois há os clubes de recrutamento de gente mais pobre, que não se deve misturar com os clubes de gente mais vip, e dai, desses clubes é onde devem sair as vocações para numerarias auxiliares na sua maioria, que depois trabalham duro e feio, nas administrações das casas e colégios da obra, completamente infantilizadas pela instituição, chamadas antigamente as servente, mudou o nome, mas continuam a sê-lo, ainda servem as numerárias e numerários, a moda das famílias burguesas, e comem a parte das numerarias que dizem que são família, deviam chamar-se a verdade.

28- Também não te dizem quando pedes a admissão a obra (Opus Dei) que tens de entregar todo o dinheiro que te dão os teus pais, ou o teu ordenado se já trabalhas. E que depois te dão uma quantidade mínima para os teus gastos, e que tens que apresentar uma lista de onde gastas-te cada cêntimo, coisas mais caras tens de consultar a directora e ela é que decide se precisas ou não.

29 - Se apitares (modo interno de dizer que és da obra) como supranumerário/a, vão pedir-te que dês a obra o mesmo que gastas com um filho, pois a obra para ti passa a ser mais um filho a quem tens de cuidar, já que a obra é uma família, com laços mais fortes que a nossa família natural.

30 – Por isso antes de entrares num clube de gente simpática, atractiva, e alegre( aparentemente), que parecem ídolos, cuidado, pensa bem se é essa vida que queres para ti depois de saberes e leres todos os documentos internos, que nunca te dariam antes nem mesmo depois de seres da obra. Podem mostrar-te muitos livros, mas os internos, só os que lhes convir 31- Dizem que para sair as portas são largas, mas não, podes mesmo vir a ser vitima de perseguições psicológicas, coação das bem duras que te marcam para toda a vida, dai tanta gente estar lá triste, angustiada, mas com o medo a cortar-lhes as pernas, e sempre a sorrir que é outra norma da obra – estar sempre alegre e a sorrir, para atrair gente, para que vejam que é o caminho para a felicidade e se tiveres de chorar só com a directora.



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