Opuslândia

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"Não tenhas medo à verdade, ainda que a verdade te acarrete a morte."
(Josemaría Escrivá - Caminho n.34)


OPUSLÂNDIA

Vou-me embora pra Opuslândia
Lá eu tenho pai, irmãos e irmãs
Lá tenho tudo o que eu quero
No centro que não escolherei
Vou-me embora pra Opuslândia

Vou-me embora pra Opuslândia
Aqui no mundo eu não sou feliz
Lá o meu dia-a-dia é controlado
De tal modo insistente
Que minhas idéias e sonhos
Vão parar em outras mentes
De alguém que nem é meu parente
Mas sabe tudo e decide por mim

E eu venderei livros da Quadrante
Conseguirei dinheiro de meus amigos
Trabalharei em troca de um almoço
Darei meu carro e meu salário
Pros diretores administrarem
E quando eu estiver cansado
Entro no oratório
Vou rezar ou dormir ou ler
Histórias e mais histórias
Que no tempo de não sei quem
Ser santo era ser feliz
Vou-me embora pra Opuslândia

Em Opuslândia tem tudo
É outra religião
Tem um processo seguro
De impedir a reflexão
Tem proibições a três por quatro
Tem barreiras, barricadas
Tem palestras compridas
Pra gente não pensar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando a noite vier
E eu pensar em viver...
— Lá eu tenho pai, irmãos e irmãs —
Lá tenho tudo o que eu quero
No centro que não escolherei
Vou-me embora pra Opuslândia

(Manuel Bandeira, se ele fosse numerário...)