Conselhos para o marido de uma supranumerária

From Opus-Info
Revision as of 09:31, 16 December 2008 by Bruno (talk | contribs)
(diff) ← Older revision | Latest revision (diff) | Newer revision → (diff)
Jump to navigation Jump to search

Por Marypt, 24.02.2006


A tua mensagem publicada no passado dia 17 impressionou-me muito. Trata-se de um exemplo vivo das consequências negativas da intromissão da obra na vida de um casal e de uma família.

Maria Cristina já te deu os conselhos mais importantes para uma situação como esta, conselhos que aqui sintetizo:

  • A necessidade de conversares abertamente com a tua mulher sobre a perturbação que o facto de ela se ter tornado supranumerária constitui para o vosso relacionamento de casal;
  • A insistência em que a tua mulher respeite a tua forma de pensar e de sentir em relação a matérias de fé, de doutrina e outras;
  • A importância de deixares claro que não queres que os vossos filhos sejam “absorvidos” pelo opus dei, seja nos colégios ou nas actividades dos clubes;
  • A vantagem muito grande em que recorras a um sacerdote de confiança (que não seja da obra) para lhe pedires ajuda na orientação da tua vida e nos problemas que podes ter de enfrentar.

Eu gostaria ainda de acrescentar o seguinte:

  1. Como tu mesmo dizes, consideras que a união do teu casamento e da tua família são valores de enorme importância, pelo que vale a pena tudo fazeres para os preservares. Por isso, deves ser compreensivo com a tua mulher e – apesar da posição clara que acima referi – não a forces nunca a optar entre ti ou o opus dei (de forma directa ou indirecta).
  2. É preciso ter em conta que a tua mulher está a viver a “fase de encantamento” com a obra, porque, na verdade, as pessoas que a captaram para a instituição sabem bem mostrar-lhe a face agradável do opus dei… Paradoxalmente, seria mais fácil para o vosso casamento se a tua mulher já fosse supranumerária quando se conheceram e se casaram. Se tivesse sido assim, haveria menos surpresas: tu já saberias como ela era sendo da obra e ela conheceria as tuas reservas em relação ao opus dei. Mas não foi assim que as coisas se passaram; então pede a Deus que vos dê a graça para viverem o vosso sacramento matrimonial nas circunstâncias actuais.
  3. Um último conselho muito prático: se por causa das exigências da obra a vossa vida se tornar mito difícil, não hesites em dirigir-te a um sacerdote do opus dei, não para te confessares ou para falares da tua vida interior, mas para lhe relatares o que se está a passar convosco. A obra não deseja em hipótese alguma que uma supranumerária se separe do seu marido; isso constitui para as directoras um enorme receio, pelo que, tendo conhecimento – através desse sacerdote – de que a tua posição é de oposição frontal às atitudes da tua mulher, a tendência será para abrandarem as exigências que lhe colocam e para a aconselharem a ser mais cooperante contigo. Mas este é um recurso para uma situação extrema que espero que não chegue a verificar-se porque tu conseguirás – também com a delicadeza e ternura de um marido apaixonado – acertar com a tua mulher a orientação da vida da vossa família.

Peço a Deus que te dê ânimo para ultrapassares esta fase difícil e para que do teu sofrimento surjam muitas alegrias para ti, para a tua mulher e para os vossos filhos!


Original